Gigante pela própria natureza

12h20. A avenida Paulista já estava movimentada, mas o burburinho frente ao prédio da Fnac era maior do que o normal. Alguns jornalistas já se reuniam à espera do convidado. Eis então que aponta do outro lado da rua, na esquina com a alameda Joaquim Eugênio de Lima, uma figura vestida com roupas tradicionais chinesas e de estatura fora do normal.
Corre-corre de fotógrafos, repórteres e curiosos param o conturbado trânsito da mais famosa rua de São Paulo e assistem a passagem de uma jovem moça em cima de uma perna-de-pau, que logo vira foco das câmeras e lentes. Alarme falso. A moça é Ligia Fontes Bento e a pegadinha é do humorístico Pânico na TV.
Na verdade, a figura aguardada era Xi Shun, chinês de 55 anos e longínquos 2 metros e 36 centímetros. Considerado pelo Guiness Book como sendo o maior homem do mundo, Shun está em São Paulo para divulgar o lançamento da edição 2007 do livro dos recordes e era o motivo da apreensão do batalhão de repórteres.
Porém, somente às 12h28 é que Xi Shun deu o ar da graça. Chegou dentro de uma larga van e, acompanhado por assessores pessoais, atravessou a rua até a livraria-café da Fnac. A cada passo amparado por sua bengala de exagerados 1,30 metros, o gigante chinês atraia mais curiosos em procissão. A expressão dos presentes era de espanto, graça e admiração. Tudo ao mesmo tempo.
Também, pudera. O homem calça sapatos de número 57, precisou unir uma cama de solteiro à king size disponibilizada pelo hotel para não ficar com os pés para fora e, apesar da fisionomia magra, pesa 117 quilos. Logo as câmeras amadoras e de celular entraram em ação para registrar o que o livro dos recordes explica em fotos comparativas a pessoas de diferentes estaturas.
Já dentro do pequeno café, o aparentemente tímido chinês começa a demonstrar suas medidas. Coloca a mão larga frente a frente com a de um dos espectadores e faz a festa dos fotógrafos. Autografa alguns livros e é invadido por microfones sedentos por respostas às perguntas como “a altura atrapalha?”, “já jogou basquete?” e até “é difícil arrumar namorada com este tamanho?”. Porém, não vê a brincadeira do programa Pânico com relação à proporcionalidade de sua altura com seu órgão sexual.
Demonstrando exaustão tão grande quanto à dos repórteres presentes – mas nunca deixando de sorrir –, Shun anuncia pelos assessores que vai embora, pouco mais de meia hora depois de chegar. Ainda assina alguns livros azuis e espelhados, atitude que faz a alegria de um grupo de crianças desesperadas por um risco do gigante.
Após novo empurra-empurra, o paciente oriental agüenta mais dez minutos de sessão de fotos na porta da Fnac. “Ele não se incomoda com esta super-exposição?”, pergunto a uma assessora que o acompanhava. “Não, ele lida bem com isso. É super simpático”, responde ela, prestativa.
E, novamente em procissão, a multidão acompanha o gigante e sua bengala até o carro, que já o esperava na calçada. Mais flashes. Principalmente quando o recordista Xi Shun repete a cena que mais está acostumado a fazer: abaixar para entrar e sair dos lugares.

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