Uma forma de ver o invisível

Roberto Benigni. Eis um bom exemplo de como usar os recursos que o cinema oferece. O diretor, roteirista e ator italiano sabe como ninguém aproveitar os recursos que tem para passar as mensagens que quer. Apostando no humor como fórmula, Benigni ataca novamente em O Tigre e a Neve, em que narra a busca do poeta e professor Attilio di Giovanni pelo reconhecimento do amor que sente pela eterna amada, Vittoria. Para alcançar isso, é capaz de ir até o Iraque, que acabara de ser invadido por tropas norte-americanas.

A história se desenrola da mesma forma que A Vida é Bela, que rendeu ao polivalente artista italiano inclusive o Oscar de Melhor Ator, Trilha Sonora e Filme Estrangeiro na premiação hollywoodiana do ano de 1999. A história é sensível e trata de diversos assuntos da atualidade com humor, mas sem nunca perder o senso crítico, que já é a marca de Benigni. Não quero escrever mais sobre o filme nem sobre o que pensei dele. Prefiro dizer: "Vá ver e depois me conte".

Antes do fim, porém, destaco duas cenas. A primeira se passa numa sala de aula, onde Attilio leciona e traduz - se é possível - como devem ser tratadas as letras, sejam elas ordenadas em prosa ou poesia. Já a outra se passa no hospital de Bagdad, quando o personagem principal consegue vários objetos num saque - dentre eles um tubo de oxigênio. Nesta cena, atente para o mata-mosca. Dois exemplos de como utilizar a leveza e a inteligência para responder à perguntas complexas.

2 comentários:

Anônimo disse...

(lindo título!)

Anônimo disse...

Já andei na bronca com Roberto Benigni há uns tempos, quando ele impediu que Central do Brasil levasse o Oscar.

Bobeira juvenil, é claro. Passou, felizmente. O homem é bom demais.