Pra não dizer que não falei das flores...

... ela fala por mim. Ela, no caso, é Carol Canossa, também estagiária da GE.Net e dona do cultuadíssimo (ou não) blog Nossa, Canossa! que, neste mês, selecionou brilhantemente as pataquadas dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, que esta hora já foi tarde. E se não comentei nada sobre isso neste modesto blog, foi por falta de inspiração, preguiça, falta de tempo ou de recurso público - tudo ao mesmo tempo, talvez. Portanto, faço minhas as palavras dela. Vai por mim, meu caro: vale a visita!

O sambista e a morena

O sol já irradiava no alto do morro quando o povo começou a sambar. Era sábado, único dia de alegria para aqueles que tinham outros seis de problemas. A morena deixou a casa simples determinada a reencontrar sua paixão, que já estava no meio da roda de batuque. Era quase um ritual, aliás: o grupo subia na laje com os instrumentos e montava o barulho.

E assim era dado o sinal para os espetinhos, a cerveja e a alegria chegarem ao topo do morro carioca. Não tinha que comprar ingresso, eram todos convidados. A única regra era sorrir. "Alvorada lá no morro, que beleza. Ninguém chora, não há tristeza, ninguém sente o dissabor. O sol colorindo, é tão lindo, é tão lindo. E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo".

Antes que a morena pudesse encontrá-lo, ele apareceu. "Ah, corra e olhe o céu; que o sol vai trazer bom dia". E a cena seguiu com um beijo longo entre os dois. O sambista, porém, queria conversar. Pegou-a pela mão, passou pelo isopor recheado, ao lado da churrasqueira de tijolos e chegou a escada, tão pequena que só era permitido mão única. Enquanto um sobe, o outro não desce.

Já no meio da ruela, o sambista tomou a outra mão da morena e a olhou nos olhos. Eram castanhos, reluzentes, cheios de vida. Não é a toa que dizem que os olhos são a janela da alma, afinal ela era assim mesmo. Além de linda e desejada, sabia ser uma boa companheira. Pelo menos naquele último ano em que estiveram juntos. Ele, um pouco impaciente já, decidiu ir logo ao assunto.

- "Porque tudo no mundo acontece. E acontece que eu já não sei mais amar".
- Como assim?

E ele não teve coragem de continuar. Ela, mesmo assustada e abatida, tomou a frente.

- Não gosta mais de mim? Você disse que nunca teve outra...
- "Tive sim, mas comparar com seu amor seria o fim. Por isso, meu amor, vou me calar. Pois não pretendo, amor, te magoar"

A conversa não teve fim. A morena virou as costas e, com as mãos no rosto, subiu o morro sem olhar para trás. O sambista ficou ali, estático, sem saber o que fazer. No fundo, um pouco longe até, só se ouvia um samba vindo do alto do morro, onde todos dançavam despreocupados. "A sorrir, eu pretendo levar a vida; pois chorando eu vi a mocidade perdida".

Por Julio Simões, em 21 de julho de 2007.
Pequena homenagem a um sambista que conheci há pouco tempo. Magro, pequeno e com enormes óculos escuros, canta alegria e tristeza com a mesma maestria.

Pequenas teorias cotidianas II: a gravidade e os celulares

Não é difícil ver aquela cena terrível: o desligado esbarra ou deixa cair seu celular de ultimíssima geração no chão de paralelepípedo, na piscina ou de uma altura equivalente a um prédio de quinze andares. Tirando a segunda opção, que envolve água, garanto que é possível salvar seu celular dessas situações sempre constrangedoras. Graças a uma extensa pesquisa, conclui mais uma pequena teoria cotidiana digna de estar em qualquer caderno científico.

O princípio básico da tese, meu caro, é ter absoluto desprezo pelo aparelhinho no momento seguinte a queda, mesmo que ele tenha custado toda o seu fraco salário de estagiário (acumulado durante o ano todo, diga-se de passagem). Explico: celulares tem personalidade, tem coração. E o momento de descuido do dono é quando eles aproveitam para saber se são amados ou não. Assim, quando um celular cai no chão, a reação dele é se fazer de frágil, desprotegido. Um ator, praticamente.

Só que se você dá a atenção que ele quer - ou seja, morde a isca do safado - ele se desmancha todo ali mesmo, no chão. Literalmente até, eu diria. Com isso, os astutos pesquisadores concluiram que, se você não der a mínima para o aparelho quando este cair no chão, ele se manterá intacto. Decepcionado com sua reação fria, mas ainda intacto. No máximo, vai ganhar uns arranhõezinhos, mas nada que o leve à assistência técnica, lugar tão temido por eles quanto o veterinário para os cães.

Desde que suspeitei desta pequena tese cotidiana, agora provada por A + B pelos tecno-cientistas, nunca mais deixei o meu Siemens fazer esse "joguinho" barato. Talvez por isso ele ainda continue ativo após algumas quedinhas. A bateria dele está um pouco fora do lugar, é verdade, mas ele ainda faz ligações e manda mensagens. É de se admirar, porém, que só agora um estudo dessa magnitude tenha vindo a público. É tão importante quanto saber quais as conseqüências do desmatamento da Amazônia. Fundamental, diria.

Caba da peste

- Cê já se apaixonou, Julio? - pergunta o forte sotaque nordestino, enquanto terminava de limpar a coleção de garrafas.
- Já - respondo surpreendido, por trás do jornal aberto.
- E foi respondi... respondi...
- Correspondido?
- É. Eu num sei falar essa coisa aí.

Conversas como essa não são freqüentes de acontecer em casa, mas não sei por quê eu gosto muito delas. Não pelo conteúdo, muitas vezes constrangedor, mas pela interlocutora: Lúcia, a diarista que há quatro anos salva a república toda terça e quinta-feira. Baixinha e corajosa, deixou o interior de Pernambuco muito pequena para tentar a sorte na cidade grande e, desde então, trabalha cada vez mais. Ao todo, são incontáveis "patroas" divididas entre os seis dias da semana - aos domingos "só quando alguém pede para ajudar", segundo ela mesma explica.

Lúcia é simples, por isso verdadeira. Toda terça e quinta, religiosamente, pede para achar para ela os números da Mega-Sena no jornal. Ao ver que não foi contemplada, comenta o desempenho um pouco decepcionada, mas já com as esperanças já renovadas para o próximo concurso. "Ih, nem perto. Não foi hoje que eu fiquei rica", responde sorrindo, expressão que mantém sempre exposta no rosto. Apesar do sonho, Lúcia sabe que é complicado acertar os numerozinhos e por isso segue no trabalho que, mesmo árduo, a satisfaz.

- E então, cê foi respondi... respondi...
- Correspondido?
- Isso. Respondido.
- Sim e não.
- Eu não vou nunca se apaixonar, não. Só dá problema.
- Que isso, Lúcia!
- É. Teve uma vez que um coroné - é assim que se diz, é?
- Coronel, Lúcia. Coronel.
- Isso. Teve um que se apaixonou por mim. Eu era novinha ainda, tinha uns 16 anos, era bonitinha. Mas eu não queria não, falei para ele que não gostava dele e não queria só o dinheiro dele.
- Ah, é?
- É. Ele até me agradeceu porque eu falei a verdade. Mas tudo bem. Naquele tempo eu até chamava atenção, hoje eu tô uma tragédia.

Lúcia é assim mesmo, divertida. Não perde uma chance de tirar sarro de qualquer coisa e ainda repete alguns rituais, como pedir para escrever a lista do supermercado para ela. É notável sua dificuldade com as palavras, já que teve pouco tempo para o estudo. Anos atrás, até insistiu na alfabetização e treinava nas listas de mercado, mas creio que tenha abandonado as aulas. As palavras mais complexas, então, se transformam na boca dela. Orégano, por exemplo, se simplifica em oréga.

Às vezes, Lúcia também relembra do tempo de criança, em que já trabalhava forte no interior de Pernambuco. Com um pouco de saudade sim, mas sem nenhuma vontade de voltar. Pelo menos não agora. "É muito pobre lá, filho", explica. Ela é assim mesmo, sensível e alegre. E talvez seja por isso que as conversas com ela sejam tão interessantes. Seja sobre as notícias no jornal, o passado ou o futuro. Minha vontade, confesso, era fazer um filme sobre ela. Mais precisamente sobre o contato dela com coisas que nunca teve, como o cinema. Mas isso é uma outra história, muito menos interessante que a dela.

Traços coloridos

Logo na entrada, o colorido toma conta do visual e o efeito é sempre o mesmo: deslumbramento. Afinal, é impossível não sorrir diante do fantástico mundo das animações. Até mesmo aqueles que não são fanáticos, como eu, se deixaram levar pela magia do maior festival de animação latino-americano, o Anima Mundi, que teve sua versão paulistana entre os dias 12 e 15 deste mês, no Memorial da América Latina, na Barra Funda.

Senti a sensação de desbravar uma região desconhecida já na quinta-feira, quando acompanhei a primeira sessão do evento, ao lado da érretevê Milly. Logo no começo foi possível perceber a importância dos filmes - curta-metragens, em sua maioria - para muitos ali, já que a abertura aconteceu na hora do almoço de um dia de semana e mesmo assim havia bastante gente interessada em conferir os "desenhinhos".

E logo na primeira sessão fui surpreendido pelo nacional "Um final feliz". O curta conta a história de um pássaro chefe de família, que transita pelas regiões arborizadas de São Paulo. Há violência e sexo, como manda o manual dos filmes brasileiros. Além desse, vale destacar também o norte-americano "Journey to the Disney Vault" (algo como "Jornada ao cofre da Disney"), que manteve a linha subversiva ao revelar o lado obscuro do mais famoso estúdio de animação do mundo.

A surpresa foi tão positiva que voltei no sábado. E para uma verdadeira maratona. Às 13 horas, ainda com pouco movimento - mas muito maior que na quinta - fomos conferir a sessão Curtas 10, onde novamente um brasileiro abriu a seqüência e me chamou a atenção. "Vida Maria" conta a história de vida de uma nordestina que, forçada a interromper seus estudos para trabalhar, vê a vida se repetir num ciclo sem fim.

O filme posterior a esse, porém, que mais me conquistou. "The Danish Poet" (algo como "O Poeta Dinamarquês") já havia convencido a Academia, que acabou premiando-o com o Oscar de Melhor Animação na cerimônia deste ano. E realmente não decepciona. Retrata com sensibilidade, seja nos traços como no roteiro, a história de Kaspar, um poeta dinamarquês em crise de inspiração que encontra o amor numa viagem de férias, mas é impedido de realizá-lo pelo destino. Apesar de tantos curtas vistos (creio que mais de 40!), aponto-o como o melhor de todos.

Mas quando eu já achava ter visto tudo, veio a sessão infantil às 15 horas. Nada melhor que conferir no olhar e nas risadas da criançada o significado dos desenhos animados. Logo na fila era possível ver uma inversão de "valores": eram as crianças que levavam os pais, não o contrário. E até mesmo eles se rendiam à comédia do britânico "Roxo e Marrom", de longe o mais engraçado que vi. Vale destacar também a saga do espanhol "Capelito Pesca-Poco", curta que mostra as tentativas de um cogumelinho para pescar com apetrechos tecnológicos.

Só que ainda tinha outras boas coisas a conferir em outros horários. Na seqüência, deixamos a criançada de lado e voltamos aos desenhos de, digamos, temática adulta. De histórias simples, passamos a temas de loucura (como no português "Jantar em Lisboa"), sexo (no ítalo-leto-sueco-americano "Teat Beat of Sex") e até sobre celebridade instantânea (no francês "Making Of").

Meu destaque para a sessão das 16 horas, porém, fica por conta do finlandês "Tango Finlandia", em que dois brutamontes sem nada melhor para fazer resolvem lutar em ritmo de tango num bar; e do brasileiro "Limbo", sobre a saga de um ateu após a morte. Os dois, além de bem feitos, ainda souberam tratar de temas simples e corriqueiros com humor (negro, até) único.

Ainda assim, apesar do cansaço, havia tempo para conferir o elogiadíssimo "No Time for Nuts" às 19 horas. Para quem viu "A Era do Gelo", o esquilo Scrat já fazia rir só pela expressão. No curta, que teve a participação do brasileiro Carlos Saldanha na produção, o animalzinho tenta enterrar sua noz e encontra um aparelho que o transporta através do tempo. Além desse "blockbuster", ainda vale destacar o francês "Apnee" e o alemão "Georg Wächst", nos quais a técnica utilizada impressiona.

Enfim, nunca esperava me divertir tanto com desenhos, ainda mais desconhecidos. Se você não foi, perdeu. É bem provável que você responda que não soube do festival, afinal a divulgação ainda é restrita. Mesmo assim, vale dizer: tem mais no ano que vem. Junte sua curiosidade, um pouco de dinheiro (a meia entrada, acredite, custou R$ 3!) e vá. Garanto que valerá a pena.

Curtas e grossas:

- O outro lado - Eu sei que fui só elogios nas linhas que seguiram acima. Pois então vale fazer uma pequena lista negra do AnimaMundi. Aqueles que, mesmo tendo no máximo 15 minutos, me fizeram querer deixar da sala ou me deram sono equivalente a quando assisto um jogo do Brasil. São eles: o norte-americano "Drawing Lessons", o croata "Silencijum", o tcheco (e impronunciável) "Nestastné Nardzeniny Péti Fotky", o inglês "Forest Murmurs", o estoniano "Une Instituut" e o australiano "Dust Echoes 2: Whirlpool", além do alemão "Lua Lunática" e do brasileiro "Palavra Animada", ambos infantis.

- Para não dizer que não falei das flores - Tava tudo muito organizado, bonito e feliz. Só os preços dos produtos vendidos no local que não. Não vou lembrar todos os preços de cor, mas dá para dizer que todos eram muito superiores a uma lanchonete "clandestina" - pertence ao Memorial, não ao evento - que ficava a poucos passos dali.

O sabor de viver

Ando meio em falta por aqui, mas ainda deixo algumas marcas. A desta vez é uma indicação. Uma história e tanto, seja para quem a conhece como não. Envolve sonho com realidade e, acredite, são fatos reais. Fico feliz por ela. Fique você também:

Blog da Lui em My Jack Pages [prólogo - cap.1 - cap.2 - cap.3 - posfácio].

A vida útil das letras

"O livro é uma extensão da memória e da imaginação." (Jorge Luis Borges)

Tem um livro na minha prateleira que não consegue sair de lá. É novo, capa bacana. O conteúdo, bem, não sei. Nunca consegui ler. De vez em quando eu o pego, mas não adianta. Ele até me acompanha nos cafés solitários, na espera pelo cinema, nos passeios a esmo pela rua. E em todos os casos ele volta da mesma forma: intacto.

O problema não ele, coitado, seu eu. Há coisa nele que me distrai mais do que seu conteúdo. É uma pena desperdiçá-lo assim, eu sei. Alguns diriam para eu não ter pressa, que tenho toda a vida para lê-lo. Confesso que já pensei em esquecê-lo, em levá-lo a um sebo para que tenha vida útil, mas não. Um dia, vou tentar. Só temo não conseguir nunca.

Películas verde-amarelas II: Ver a vida ou viver?

Nem me lembro bem quando foi a primeira vez que topei com alguma referência à Não por acaso, filme paulistaníssimo de Philippe Barcinski, estrelado por Rodrigo Santoro e Leonardo Medeiros. Na película, os renomados atores são, respectivamente, Pedro e Ênio, dois obcecados em controlar qualquer situação. Seja as variações de jogo de bilhar, atividade de Pedro, ou o trânsito da metrópole, função de Ênio. A história muda quando eles tem que enfrentar situações de perda que, inclusive, se cruzam na trama.

Realmente não sei como soube do filme pela primeira vez. Provavelmente li alguma reportagem sobre o assunto ou vi o cartaz em algum cinema por aí. O que eu tenho é certeza é que o filme me conquistou antes mesmo da exibição do trailer. Primeiro por envolver duas coisas que eu tenho gostado cada vez mais desde que cheguei a São Paulo, há três anos e meio: a sinuca e o Elevado Costa e Silva, também ridiculamente conhecido como Minhocão.

O primeiro eu experimentei algumas vezes com amigos e confesso que é um dos jogos mais divertidos, já que no caso de meros amadores envolve muito mais sorte do que técnica. O segundo eu me apaixonei quando, ao voltar de uma pauta, tive o prazer cruzar o Elevado no final da tarde de um dia ensolarado. A sensação de passar dentro da casa das pessoas - que acaba ficando no nível da rampa, bem pertinho - e ainda enxergar o bater do sol naquela montanha de prédios é única.

Só isso já era suficiente para eu ir ao cinema. Sem contar que me interessei ainda mais quando soube do que tratava o roteiro. Enfim, me identifiquei totalmente com a proposta. Eis então que, quase um mês depois da estréia nos cinemas, fui conferir a trama. Agora sim posso dizer: o filme é belíssimo. Desde as cenas de São Paulo até a interpretação de Santoro, Medeiros e das belíssimas Branca Messina, Graziela Moretto e Letícia Sabatella, além da jovem Rita Batata.

É um filme que eu queria fazer. Porque, de um tempo para cá, eu avalio assim. Divido entre os filmes que eu gostaria de fazer e os que eu dispensaria. Esse é sensível e prova o desenvolvimento crescente do cinema nacional. Ok, eu sou um entusiasta da produção nacional, mas esse vale a sua ida ao cinema. Nem que seja para sair de lá e pensar um pouquinho no valor real que você dá às coisas que acontecem na sua vida. Vá para saber se vale a pena ficar parado ou se é necessário se mexer para dar sentido à vida.

Curtas e grossas:

Próximos capítulos -
Eu sei que eu deveria me tocar e ir assistir Piratas do Caribe, Homem-Aranha ou Treze Homens e Um Novo Segredo, mas a questão é que eles não me interessam tanto quanto as novas produções nacionais. Tanto é que eu já estou de olho em outro: Saneamento Básico, o Filme. Mais uma criação de Jorge Furtado, a história de uma comunidade que quer construir uma fossa, mas descobre que o município só tem verba para a realização de um filme, tem estréia prevista para o dia 20 deste mês. Agora é só esperar...

O cãozinho tem telefone? -
Prosseguindo minha saga por filmes brasileiros, dediquei uma de minhas folgas para ver a pré-pós-estréia de Cão Sem Dono (sim, a première aconteceu dois dias depois de entrar no circuito). Mesmo com o desconforto da sala casperiana, deu para ver que o filme tem valor. Apesar do começo confuso, a história se desenvolve e começa a ganhar forma. Em meia linha, pode-se dizer que a história se constrói em cima do envolvimento entre dois jovens: a ambiciosa Marcela e o conformado Ciro.

E o destaque do filme é mesmo a relação humana, bastante discutida nas ações do filme. O melhor, no entanto, veio depois: o debate com os diretores Beto Brant e Renato Ciasca e a presença extraordinária de Tainá Müller, que vive Marcela na película. É curioso saber detalhes da produção, da adaptação do roteiro (baseado no livro de Daniel Galera, "O dia em que o cão morreu") e ainda ouvir opiniões sobre a mensagem passada no filme. Melhor que isso? Só ver a mais nova musa do cinema nacional ao vivo, sem cortes.