Chefito

Era um sábado qualquer. Qualquer não, porque eu trabalhava, mas enfim. Eu não ia sair de casa e não queria ficar vegetando no sofá. Durante a tarde, então, em meio à notas futebolísticas, decidi que ia fazer uma coisa que eu sempre penso, mas que a preguiça me barra: cozinhar. Isso, fazer alguma coisa para comer sem usar microondas ou telefone.

Nas pesquisas preliminares, descobri que existem blogs voltados para isso, para pessoas do sexo masculino com pouca ou nenhuma habilidade e/ou saco para cozinhar a própria comida. Existe o Culinária Masculina e o Homem na Cozinha, por exemplo, que pelo nome já dizem para quê foram criados. Enfim, recorri a eles e fechei meu cardápio para aquela noite: strogonoff rápido.

Deixei a redação tarde, lá pelas 21 horas, e rumei determinado para o Extra mais próximo. Porque acredite, meu caro, é preciso determinação para não desistir nessa hora. Lá, enchi o carrinho com carne picada para strogonoff, molho de tomate, creme de leite, cebola, batata palha apimentada. Chegando em casa, meu ânimo ainda era surpreendentemente grande.

Descasquei cebola como um operário-modelo de porão de navio. Deixei tudo meio à mão para a hora decisiva - de jogar tudo na panela - como se fosse uma experiente merendeira de escola pública. Coloquei tudo na hora certa com a precisão de um relojoeiro suíço. No final, minha primeira aventura gastronômica estava concluída. Lá estava o strogonoff, quase como o da minha mãe - nunca, mas nunca, vai ser igual.

E acredite, meu caro: é legal. Se não bastasse a diversão de ficar analisando se as coisas dão certa quando colocadas na panela e o orgulho de provar - e aprovar - o prato pronto, ainda há o diferencial. Experimente, caro amigo, contar para um exemplar do sexo feminino que você gosta (ou ao menos tem interesse) de cozinhar. Experimente, então, dizer o que você fez. É fantástico, eu juro. Melhor que isso, só fazer ao lado dela.

Hardcore junk food! - Não vou ficar descrevendo todas as minhas aventuras culinárias por aqui, até porque senão ficar um saco esse blog. Mas a questão é que, semanas depois do strogonoff, decidi repetir a aventura na cozinha, desta vez com receita própria. Eis então que criei um superhamburguer, que no final das contas não consegui dar um nome decente. É realmente para os fortes.

Primeiro, comprei hamburgueres de 120g, ou seja, maiores que o pão redondo e com gergelim que comportaria a bagaça. Depois, ainda acrescentei queijo (duas fatias), tomate (uma rodela), a lot of cebola em rodelas fritas e o maravilhoso bacon que, veja você!, existe em rodelas também. Perfeito! Vale tentar construir (é uma verdadeira obra de engenharia, vai por mim) em casa. Só não me venha com esse papinho de colesterol, que eu não tenho nada a ver com isso!

3 comentários:

Anônimo disse...

Ô, inveja tua, rapaz! Uma de minhas frustrações é não saber cozinhar rigorosamente nada. Isso mesmo: nadinha de nada. Humpf.

Mas já me conformei com a absoluta incompetência na cozinha. Prefiro admirar quem sabe. Parabéns!

Camila Dayan disse...

Você acertou! Não sabe a diferença que faz um homem dizer que cozinha.

E agora além de jornalista vai bancar de cozinheiro, tá certo. ;-)

Beijo.

Emanuel Colombari disse...

Cara, que beleza!

Admito que eu gosto de me aventurar na cozinha de vez em quando. Lógico que, de uns tempos para cá, o que eu mais faço é esquentar leite e fazer sanduíches frios.

Mas que é bom mexer com as panelas de vez em quando, ah, é!