7list: CDs que eu quero baixar

Depois do sucesso estrondoso da primeira edição da seção 7list (menos, Julio...), repito a dose listando os sete CDs que eu quero baixar, mas não consigo, seja por falta de tempo ou por puro esquecimento mesmo. Ah! Sim, eu faço downloads de CDs completos e nem me lembro mais a última vez que saí de uma loja carregando uma caixinha de plástico com um disquinho dentro. Mas tudo bem, Padre Marcelo Rossi está do meu lado.

1. Fernanda Takai - Onde brilhem os olhos meus

O primeiro trabalho solo da vocalista do Pato Fu é namorado por mim desde o lançamento, no fim do ano passado. Imagino que deve ser um trabalho sensível e doce, tal qual a voz dela. Só por ser uma interpretação das músicas de Nara Leão já merecia a minha (e a sua) consideração. A conferir.

2. Maria Rita - Samba meu

Também de 2007, o CD de samba de Maria Rita é outro que desperta a minha curiosidade. Ele me lembra um outro que eu comprei faz tempo: Universo ao meu Redor, da Marisa Monte. Nos dois casos, eu não gosto do estilo original das cantoras, mas decidi dar uma chance a elas no samba. A Marisa se deu bem, vamos ver a Maria...

3. Weezer - Weezer (The Red Album)

Eu adoro Weezer, mas nunca comprei um CD dos caras. Em todo caso, não pretendo comprar este também, mas sim baixar para ver como estão os ex-nerds, agora quarentões. Dizem que eles continuam fazendo o mesmo tipo de música, o que eu não vejo como um problema. Se depender do primeiro clipe do álbum (Porks and Beans), em que eles satirizam os vídeos virais do YouTube, acho que vale a pena o download.

4. Coldplay - Viva la Vida or death and all his friends

Para mim, Coldplay sempre foi a fórmula perfeita de música suave e grandiosa ao mesmo tempo, perfeita para momentos romantiquinhos ou melancólicos/chuvosos. Só que muita gente critica o fato deles serem tão previsíveis, o que eu concordo em partes. Só não acho que, por enquanto, isso seja um problema. Enquanto não enjoar, estarei à espera dos vocais em falsete, dos pianos bonitinhos e do barulho organizado da banda de Chris Martin.

5. Titãs e Paralamas - Juntos e Ao Vivo

As duas bandas fizeram parte da minha adolescência "música brasileira" e até hoje me animam quando eu as ouço. Os CDs acústicos lançados pelas jurássicas bandas eram meus desejos de downloads, pelo menos até o lançamento deste novo disco, que parece ser interessante justamente por agregar num mesmo lugar as músicas antigas dos dois. Está na lista para baixar desde já.

6. The Kooks - Konk

Não sei bem como conheci o Kooks, mas não faz muito tempo. Desde então, eu penso em baixar o CD deles, que descobri por meio da pesquisa para este post que se chama Konk. Bom, se você ainda não conhece e gosta de bandinhas novas com pegada rápida e ritmo meio dançante, vale a pena procurar o Kooks. Não vai querer que eu coloque aqui o link do myspace, né? Se vira, rapá!

7. The Magic Numbers - Those the Brokes

Os gordinhos do Magic Numbers sempre prendem a minha atenção quando (raramente) são tocados na rádio. E eu sempre, desde que eles apareceram em 2005, penso em baixar o CD deles. O primeiro disco, que tem o nome da banda, traz os melhores sucessos. O segundo, o Those the Brokes, já saiu faz um tempo e também deve ser bacana. Vou baixar, juro. Um dia, quem sabe...

Happy Day

Fazia tempo que eu não tinha um dia tão completamente feliz como hoje. Acordei cedo e animado (o que raramente acontece), tomei café da manhã do jeito que eu gosto, fui pra faculdade sem achar ruim ter de assistir aula de jornalismo econômico, almocei bem aquela comidinha caseira, fui andando ao som de Toranja pro trabalho, praticamente finalizei a matéria da próxima Mac+, voltei pra casa ao som de Rolling Stones, comi esfirra aberta pelo caminho, tomei um banho relaxante, assisti o impagável 15 minutos da MTV, toquei violão como não fazia há tempos e agora estou relatando meu dia, coisa que eu sempre condenei em blogs.

Pois bem. Falei tudo isso para concluir uma coisa que eu vinha reparando já há algum tempo: eu não consigo escrever nada tão criativo e poético que caiba neste modesto blog de ficção e realidade se não estiver num dia cinza, me sentindo meio triste ou melancólico. O motivo para isso talvez seja o fato de eu querer fazer coisas mais legais, úteis e divertidas quando me sinto bem. Em suma, é isso que dá tentar escrever algo diferente quando se está alegre. Vira um mero relato cotidiano do nada.

Interpol

Como vocês vêem ao lado, o governo suíço esteve visitando o Despojo. Chegaram pelo Google, disfarçando que procuravam algum Xico, provavelmente um que fala a língua que mais cresce no mundo (o portunhol, se você ainda não sacou, hermano). Esses dias vi no Estadão que o mentor de 11 de setembro esteve em Foz do Iguaçu anos antes do ataque às torres gêmeas de Nova Iorque, sem levantar suspeitas. Talvez eles achem que eu estou confabulando para atacar a Suíça ou então suspeitam que eu tenha uma conta ilegal na terra do chocolate. Estranho, muito estranho...

Meu caro amigo

Na melhor letra de samba de todos os tempos (na minha opinião), Chico Buarque conseguiu mandar notícias a um caro amigo por uma fita, quando apareceu um portador. Primeiro, lembrou que o cotidiano na terra continuava o mesmo, com futebol, samba, choro e roquenról, isso sem esquecer que uns dias chovia, outros fazia sol. Só depois é que vinha a crítica e o protesto à situação política do país, que enfrentava um dos mais duros períodos de sua história.

Nesta terça-feira, uma ligação me chamou a atenção. Era de um caro amigo, mais precisamente de um amigo da infância e da adolescência bem vivida em Promissão, com quem eu tenho contato muito esporadicamente. Recentemente ele esteve em São Paulo para uma entrevista de emprego e almoçou comigo, mas mesmo assim as notícias são sempre raras.

Nesta terça-feira, porém, a voz familiar me contou uma boa notícia: ele foi aprovado no tal emprego (a ex-estatal Vale, antiga Vale do Rio Doce) e vai se mudar para Vitória, no Espírito Santo. A gente começou na pré-escola ao mesmo tempo, passou toda a vida estudantil juntos, começou a aprender violão praticamente na mesma época (embora ele seja um talento e eu não) e viveu outras inúmeras situações juntos.

Estamos separados há mais de quatro anos, com poucas notícias e informações, mas a amizade permanece praticamente intacta. Seja nas aparições inesperadas na casa do outro, ainda em Promissão, seja nos encontros improváveis na metrópole. Torço sinceramente pela felicidade deste caro amigo, assim como eu sei que ele torce por mim. E pelo visto, as coisas estão acontecendo... À você, caro amigo que pouco aparece por este espaço virtual, desejo toda a sorte do mundo. E a todo o pessoal, adeus.

Ossos do ofício

Eu me drogo para escrever. Sim, às vezes eu vou até a cozinha, pego o pó escondido no armário e não sossego enquanto não estiver pronto. Outras vezes eu nem chego em casa e recorro a esta droga em qualquer boteco que tenha o bagulho lá no fundo.

Não é fácil, sabe? Nem sempre a procedência do material é boa, ainda mais porque é complicado distinguir se a origem é a Colômbia ou o interior de São Paulo mesmo. Tudo bem, não tem problema. Eu não vou deixar de consumir por causa disso.

Mas ai de quem não colocar o café na minha xícara personalizada quando eu for escrever... Eu fico puto.

Química

As sensíveis células dos lábios se preparam para receber a água necessária para lubrificação, da própria língua, que num gesto reflexo rápido, deixa a boca para tocar a parte externa. Os olhos se adocicam em segundos, a pupila se dilata, a sombrancelha descansa e os cílios abrem e fecham lentamente, deixando a aparência fechada para se derreter nos olhos dos outros.

O coracão, inegavelmente, dispara e palpita sem controle, bombeando o sangue através dos vasos, aumentando a temperatura do corpo. Os músculos contraem e relaxam (dependendo da parte do corpo, claro) e também têm responsabilidade no momento, que se dependessem da vontade de ambos durariam horas.

O primeiro toque é, quase sempre, a mão. Os cinco dedos de cada uma vai se entrelaçando, ao mesmo tempo em que o respira-inspira de cada um fica mais íntimo ao outro. Agora já não existe distância geográfica e toda a química do corpo se reúne orquestradamente para se entrar ao contato. Os olhos fecham, a pele cola, as mãos passeiam, as bocas unem. E o que era dois vira um.

Por Julio Simões, em 29 de maio de 2008.