Química

As sensíveis células dos lábios se preparam para receber a água necessária para lubrificação, da própria língua, que num gesto reflexo rápido, deixa a boca para tocar a parte externa. Os olhos se adocicam em segundos, a pupila se dilata, a sombrancelha descansa e os cílios abrem e fecham lentamente, deixando a aparência fechada para se derreter nos olhos dos outros.

O coracão, inegavelmente, dispara e palpita sem controle, bombeando o sangue através dos vasos, aumentando a temperatura do corpo. Os músculos contraem e relaxam (dependendo da parte do corpo, claro) e também têm responsabilidade no momento, que se dependessem da vontade de ambos durariam horas.

O primeiro toque é, quase sempre, a mão. Os cinco dedos de cada uma vai se entrelaçando, ao mesmo tempo em que o respira-inspira de cada um fica mais íntimo ao outro. Agora já não existe distância geográfica e toda a química do corpo se reúne orquestradamente para se entrar ao contato. Os olhos fecham, a pele cola, as mãos passeiam, as bocas unem. E o que era dois vira um.

Por Julio Simões, em 29 de maio de 2008.

3 comentários:

Mariah disse...

e por dentro...artérias e veias, ar nos pulmões, coração a 140 por minuto, gelo nas mãos, suando, nuca queimando, arrepio na espinha, órgõas inchados e molhados...

Anônimo disse...

Vai estar inspirado assim lá longe, né? Hehehe... Tem paixão aí, é?

Ane Talita disse...

Hum...que delícia! =)

beijo!

para estar inspirado assim, concordo com o moço aqui de cima...tem paixão à vista...