Ó, ortografia!

Como se o português não fosse suficientemente difícil, resolveram modificar sua ortografia neste começo de ano. A nova reforma ortográfica, como vem sendo chamada, tirou trema, acento, hífen e embaralhou a cabeça de muita gente. Eu, como todo mundo, achei um pouco inconveniente, mas entendi a necessidade das alterações: a unificação da língua portuguesa entre os países que a utilizam. É o que chamam de mal necessário.

Então, pensando nisso, deixo duas dicas para os que querem aprender ou conferir se estão acertando. O primeiro site é o NeoReader, um leitor que permite acessar livros e revistas postados na íntegra, em PDF. E, claro, lá está o ótimo Guia da Nova Ortografia, produzido pelo Estadão. A outra é o Ortografa!, idéia ideia (obrigado, Fábio - com ou sem acento, será?) genial baseada na Web 2.0 que corrige a frase (até 500 caracteres, por enquanto) que você digitar lá. Com eles, acabaram as desculpas de adaptação à nova ordem ortográfica. Feito?

O dia em que, enfim, entrei no Marabá

Durante um ano, tentei atravessar os portões de ferro que cercavam o Cine Marabá. Minha missão era entender a estrutura interna antiga e saber o que seria modificado, já que a antiga sala de 1655 lugares daria lugar a cinco menores. Primeiramente, minha intenção era fotografar tudo e conversar com alguém que pudesse me explicar como seria a reforma. Depois de um tempo, diante da dificuldade de relacionamento com a PlayArte, reduzi as exigências para apenas conhecer o cinema por dentro. Mesmo assim, terminei o livro sem pisar lá.

Mal sabia eu que exatamente dois meses depois da apresentação do livro à banca examinadora, que o classificou como 9,0 e me aprovou em Jornalismo, as coisas aconteceriam. O dia era 19 de janeiro de 2009, uma segunda-feira com pouco sol, mas também sem frio. Naquele dia, não tinha muita coisa para fazer e decidi visitar meu objeto de estudo. Rumei a República e, logo que cheguei, encontrei um amigo-fonte do Hotel Marabá.

- Opa, Julio! Tudo bom? - disse ele.
- Tudo sim. Tô passando pela região e decidi visitar esse cinemão aí - emendei, apontando pro alto.
- Ah, tá ficando bonito. Pena que ainda vai demorar para abrir.
- Sério? Quanto tempo será?
- Era pra ser agora, dia 25 de janeiro, no aniversário de São Paulo. Mas não vai dar tempo não...
- É verdade, parece que falta muita coisa.
- Aham. Eu acho que ainda vai uns três ou quatro meses.
- É, pode ser...
- Quer entrar lá pra ver como está?
- Opa, é possível? Seria ótimo!
- Pode sim, conheço o pessoal dali. Vem cá.

Após uma rápida conversa, o amigo convenceu o pessoal da obra a me deixar olhar o cinema, mesmo que apenas o hall de entrada. "Ele é meu amigo, é aqui do hotel", justificou ele. Talvez o fato de eu estar camuflado como turista, com um short longo, uma camisa pólo e uma pochete tenham reforçado a impressão de que eu era turista. Divagações à parte, a passagem liberada e eu finalmente consegui transpor os tapumes que substituiram o portão de ferro e escondiam a obra.

Alguns passos depois, vi as antigas bilheterias todas restauradas, com o "Marabá" em letras estilizadas muito mais visível do que antes. Mais à frente, outra coisa linda eram as enormes colunas amareladas e o mármore italiano "que não existe mais", como bem disse o engenheiro que me acompanhava. Ele, aliás, me explicou o andamento da obra, as dificuldades e a previsão de entrega. "Torço para que seja daqui um mês e meio", disse. Ou seja, o novo Marabá só deve vir à público em março.

Por fim, vi onde ficarão as bilheterias novas, a bombonière, os banheiros. Tudo ainda está muito incipiente, o que reforça a ideia de que a obra ainda vai demorar. Ao menos o lustre, que deixou o teto do hall para ser restaurado, já está de volta ao seu devido lugar. O enorme espelho ainda não voltou, mas ainda vai voltar. Somente as salas eu não tive acesso, pois ainda estão desfiguradas. Mesmo assim, posso afirmar com toda certeza: o Marabá será o cinema mais lindo de São Paulo.

Ano novo, blog novo

Não, ainda não vai ser o momento em que eu vou anunciar o fim do Despojo. Pelo contrário, estou tentando dar uma nova filosofia a ele, com mais atualizações e textos mais curtos. Vamos ver se consigo.

Enquanto isso, aproveito para contar aqui os lugares onde o nome deste jornalista (agora, formado) aparecerá neste mês de janeiro. São como frilas, só que infelizmente não remunerados. Coisa de quem está começando e ainda não tem lugar no mercado de trabalho. Portanto, prestigiem!

- Revista Minha Viagem [turismo]
[Beleza oculta paranaense; edição 11, jan/2009, pág 12]
Essa participação faz parte da coluna "Se eu fosse você", em que um leitor dá a dica de lugar bacana pra visitar. Eu, como bom paranaense, indiquei Castro. A capital dos Campos Gerais foi bem representada, pode acreditar. Nas bancas, a revista custa apenas R$ 5. No mês que vem, o conteúdo deve estar disponível em www.revistaminhaviagem.com.br para todo mundo.

- Revista FourFourTwo [futebol]
[50 melhores jogadores do Brasil em 2008; edição 03, jan/2009]
A FourFourTwo (4-4-2, em português) é uma revista inglesa muito famosa, e desembarcou no Brasil há pouco tempo. Nessa última edição, ajudei em quatro perfis de jogadores para a lista dos 50 melhores jogadores do Brasil em 2008. Escrevi sobre o volante Alan Bahia (Atlético-PR, 44º lugar), Cleiton Xavier (Figueirense, 46º), Marquinhos (Vitória-BA, 43º) e Tcheco (Grêmio, 22º). A revista ainda não tem site, então terão que desembolsar R$ 8,50.

- Revista Zingu! [cinema]
[O retorno do último moicano e Musas eternas: Elisha Cuthbert; edição 28, jan/2009]
A Zingu! é uma revista eletrônica mensal sobre cinema, especialmente o paulista. Uma bela iniciativa do amigo Matheus Trunk, que me convidou para escrever sobre o Cine Marabá, assunto mais do que batido - mas não menos delicioso de tratar - por mim no ano passado. De lambuja, ainda assino um texto pra seção Musas Eternas, sobre a "vizinha" Elisha Cuthbert. Vale conferir em http://revistazingu.blogspot.com; totalmente grátis, claro.

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Um bônus aos leitores do Despojo: dias atrás, fui a Hortolândia acompanhar o time júnior do Atlético. Peguei estrada, tomei chuva, cantei, toquei pandeiro e comemorei uma vitória nos pênaltis. Um pouco disso, relatei em um texto enviado ao embaixador do time em São Paulo, que o repassou ao assessor de imprensa do Atlético. Por fim, o texto (e as fotos que tirei) acabou publicado no site oficial. Para ler, basta acessar aqui: http://www.atleticoparanaense.com/noticias/noticia.php?lista_valor=13639