O cinema de cada um de nós

Quem é menino, sabe: coleciona-se de tudo. Bonecos dos Cavaleiros dos Zodíaco, times de futebol de botão, conjuntos de Lego, pipas, latas de refrigerante, enfim. Tudo. Eu, no entanto, tive poucas coleções na vida, mas uma era tão incomum quanto especial.

Era década de 90, talvez até 1995. Na época eu tinha uns 10 anos, se não me falha a memória (e ela costuma falhar, mas tudo bem). Meu pai, fisioterapeuta e leitor de jornal assíduo, assinava a Folha de S.Paulo, que eu, apesar de já saber ler, apenas folheava.

Na verdade, minha diversão com aquele papel que deixa a mão preta era um só: recortar as miniaturas de cartazes de filmes que vinham nas últimas páginas da Ilustrada. Aqueles cujo rodapé hospedava alguns pequenos retângulos que só cabiam o nome do cinema e, no máximo, uma aviso de Dolby Stereo.

Hoje, por coincidência, eu faço um livro justamente sobre o real conteúdo daqueles quadradinhos no rodapé, que me encantavam tanto quanto o próprio cartaz. Mal sabia eu que aquelas eram grandes salas de projeção da arte que imita a vida. E que nelas passaram, na tela ou não, a história de tantas pessoas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vê se me convida para a apresentação do seu TCC, hein? Esse livro vai ficar bom demais, amigo.

João Pedro disse...

Eu me lembro dessa história. Me lembro do pequeno caderno de espiral e de como aquilo éra santidade para você. Saudades. Quero ler seu livro.