Atleticanos à paulista

8 de novembro de 2008. Era fim de tarde de um sábado ensolarado, quando eu e o corintiano Diego nos encontramos no maravilhoso cruzamento da Ipiranga com a São João dispostos a conferir, perto dali, o encontro de torcedores do Atlético Paranaense que moram em São Paulo. Todos que passam pelo Despojo sabem (não sabem?) que eu torço pelo rubro-negro paranaense, embora comente pouco - afinal, nos últimos anos não tive muito o que comemorar. Porém, como sempre morei muito longe de Curitiba, me acostumei a ter notícias do clube pela internet e raramente ver os jogos pela TV.

Por isso, quando li no no Furacao.com que paulistanos estavam organizando uma embaixada, me animei e agendei minha ida ao centro de São Paulo. Nem mesmo uma puta dor de garganta que quase me impedia de falar evitou o passeio por aquela região da cidade que tanto gosto. Tudo pelo CAP. Pela área, procuramos pelo tal Novo Oba e o encontramos no meio da Antonio de Godoi, próximo à Rio Branco. Chegamos lá bastante cedo, por volta das 17 horas , uma hora e meia antes da bola rolar. Sentamos no balcão, já que o restante das mesas encavaladas no pequeno salão estavam lotadas.

Naquele momento, todos os olhares estavam voltados para a televisão de plasma de 32 polegadas, que certamente devia se sentir deslocada diante de tanta decadência. Nela, o Corinthians aplicava 2 a 0 no Avaí e se sagrava campeão da segunda divisão do Brasileirão. No balcão, um garçom me viu com a camisa rubro-negra e, num misto de curiosidade e hospitalidade, veio me perguntar: "Vocês que reservaram umas mesas para assistir o jogo?". "Não fui eu que liguei, mas é pra gente sim. É a torcida do Atlético Paranaense", respondi.

"Hm. E esse time aí tá no rebaixamento, né?", acrescentou ele. "Pois é, rapaz. Tá sim...", completei, com o sorriso amarelo. Como não tinha mais futebol a discutir, deixei o Diego conversando com o garçom sobre algo mais em alta: o Corinthians. Não muito tempo depois, porém, chegaram os primeiros companheiros atleticanos. Era Cláudio, que mais tarde viria a ser apelidado de Claudio Celso Petraglia por conta do seu cargo de presidente da reunião, que chegava acompanhado de outro colega rubro-negro cujo nome me foge no momento.

Assim, antes mesmo das 18h30, hora em que os onze do Atlético entrariam em campo na distante Florianópolis, a nação atleticana radicada em São Paulo já chegava no novo reduto. Uns se conheciam, outros não. Quase todos, que ao todo somaram mais de 30, portavam alguma coisa rubro-negra - por outro lado, nenhum objeto verde foi registrado. Apesar do pouco tempo para conversa, todo mundo logo se integrou e se voltou para o deprimido plasma de 32 polegadas. Em campo, Galatto; Zé Antônio, Rhodolfo, Antonio Carlos, Chico e Netinho; Valencia, Alan Bahia e Ferreira; Júlio César e Rafael Moura se posicionavam para enfrentar o Figueirense e afastar de vez o risco do rebaixamento.

A partir daí, todos os paulisto-atleticanos dividiram cervejas (eu, água sem gelo), broncas, uhs!, opiniões, gritos de guerra e comemorações de gols. Aliás, foram dois ao final: o primeiro marcado pelo volante-artilheiro Alan Bahia, aos 23 minutos do primeiro tempo; o segundo apenas aos 19 do segundo tempo, anotado pelo atacante e He-Man nas horas vagas, Rafael Moura, após váááárias chances perdidas - a maioria, por ele mesmo. No intervalo da partida, o sorteio de brindes patrocinados pelo clube ajudou a aliviar a tensão do segundo gol que não vinha. No apito final, aplausos ao time e votos de reunir novamente todo mundo para ver o Furacão. "Vamos tentar achar mais atleticanos perdidos por aí e tentar fechar um galpão maior", direcionou o embaixador. "Mas para um primeiro encontro até que fomos bem", completou. Um sucesso, eu diria. Um sucesso.

0 comentários: