O anti-Oscar

Esqueça Onde os Fracos Não Tem Vez e Desejo e Reparação. O grande vencedor da premiação mais justa do mundo, o Framboesa de Ouro (em inglês, The Golden Raspberry Awards ou Razzies, para os íntimos), foi Eu Sei Quem Me Matou (I Know Who Killed Me), do desconhecido diretor Chris Sivertson, estrelado pela modelo-atriz-cantora-viciada-patricinha Lindsay Lohan.

Nada mais justo. Afinal, um filme em que a protagonista é presa e mutilada por um serial killer (!), mas sobrevive (!!) - embora fique sem uma das mãos (!!!) e uma das pernas (!!!!) - e passa a tentar convencer os personagens secundários de que na verdade é outra pessoa (!!!!!) e que sabe quem tentou matá-la, merecia até mesmo o Oscar.

Assim, como faz dois personagens ruins neste filme, os "especialistas" decidiram dividir o prêmio de pior atriz com ela mesma. Já o de pior ator ficou com o calejado Eddie Murphy pelo quase-clássico Norbit. O filme, que também concorre esta noite ao Oscar de Melhor Maquiagem, ainda rendeu ao "ator" outros dois prêmios: pior ator e atriz coadjuvante.

Premiados à parte, acho que o Framboesa de Ouro deveria ter maior destaque do que já tem. Já falei aqui uma vez sobre o festival mais legal de São Paulo, que ocorre paralelamente à cultuada Mostra Internacional de Cinema, em outubro. É a mesma coisa: assim como o Boteco Bohemia, acho que o Framboesa de Ouro devia ser mais reconhecido.

É palhaçada? É. Mas se quiser uma justificativa cult para enaltecê-lo, pode-se dizer que os premiados servem de exemplo sobre como não fazer filmes. Em todo caso, vou além: imagine como seria legal uma premiação como essa para o cinema nacional! O pior é saber que esse prêmio acabaria nas graças do povo, superando as chatas (porém, necessárias) premiações de Brasília e Gramado.

1 comentários:

Anônimo disse...

Hehehehe, tinha que ter a doidinha da Lindsay Lohan no meio, claro...