7list: Na cabeça

O 7list (pegou a sacadinha?) é a nova seção quase fixa do Despojo e será dedicada à música - pelo menos à princípio. A intenção é listar sete músicas ou artistas e explicar, se possível em sete linhas, o porquê daquela música estar ali. Neste caso, as músicas desta primeira edição não terão nenhuma ligação entre si, apenas o fato de serem as mais ouvidas por mim nos últimos tempos. Enjoy!

1. The Wombats - Let's dance to Joy Division

Biologicamente, Wombats são marsupiais da Austrália - salve Google! Musicalmente, são um power-trio de Liverpool que faz um som parecido com Kaiser Chiefs e Bloc Party (só para citar duas bandas), ou seja, um roquinho moderno, aparentemente sujo e com pitadas eletrônicas. Parece uma descrição que se encaixaria em outras cinco mil bandas novas? Talvez. Agora, alguém pode me explicar porque eu tenho gostado tanto deles a ponto de assoviar Let's Dance to Joy Division?

Quem? The Wombats
Quando? Desde 2003
Onde? Liverpool, Inglaterra
Como? Conheceram-se na Liverpool Institute of Performing Arts (LIPA), escola de artes fundada por um tal Paul McCartney.
Por que? Só o fato deles viajarem uma turnê toda pela Inglaterra nesse carrinho seria o suficiente para classificá-los como uma banda legal. Mas eles fazem um bom som, acima de tudo.

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2. Toranja - Musica de filme

A música portuguesa, pelo menos para a maioria dos brasileiros, vai pouco além do gajo Roberto Leal. Pois cá estão Toranja para quebrar esse estigma. Apostando no rock com letras sensíveis e bem construída, tudo aliado a sonoridade suave e firme ao mesmo tempo, o quarteto português é destaque na terrinha e até aqui, em além-mar. Os gajos estiveram no país tropical em 2006 para tocar com o Los Hermanos - a sonoridade é semelhante e ambos tiveram Kassin como produtor musical.

Quem? Toranja
Quando? 2003-2006 (pausa por “tempo indeterminado”, tal qual Los Hermanos)
Onde? Lisboa, Portugal
Como? Os Toranja, como são chamados, gravaram o primeiro CD (“Esquissos”, que em português de Portugal é sinônimo de esboço) com o intuito de manter a essência. Com o sucesso, gravaram o álbum mais maduro da curta carreira, intitulado “Segundo”. Tempo depois, apesar do sucesso, decidiram parar por “incompatibilidade” (alguém falou Los Hermanos?).
Por que? As letras são geniais, bem sacadas. A sonoridade é um rock que intercala romance e peso. Mas o bom deles mesmo, admito, é o sotaque português, ó pá!

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3. Cake - Sad songs and waltzes

O fato de ter começado em 1991 faz do Cake uma banda veterana – afinal, lá se vão quase 20 anos de carreira! Porém, existe algo na música dos caras que os torna únicos. Seria a junção de guitarras ora simples, ora frenéticas com os arranjos dos metais? Seriam as melodias gostosas? Seriam as letras debochadas? Não sei, mas acho que deve ser a personalidade única. Enfim, desde então foram inúmeras trocas de membros e cinco álbuns de estúdio, sendo Fashion Nugget (1996) a minha indicação.

Quem? Cake (mais escrito em maiúsculas: CAKE)
Quando? Desde 1991
Onde? Sacramento, Estados Unidos
Como? Cansado de ser guitarrista de “aluguel”, John McCrea decidiu se mudar para Los Angeles e fundar a Cake, que na verdade era formada apenas por ele e durou um show nessa formação. Depois, de volta a Sacramento, decidiu recrutar alguns amigos para a missão. Da formação inicial, apenas o trumpetista Vince di Fiore segue na banda.
Por que? Só pelo fato de unir funk, pop, jazz, rap e country numa melodia só – e tão bem! – já é suficiente para me fazer gostar.

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4. Mallu Magalhães - Tchubaruba

Eu nasci em 1986, logo tenho 21 anos. Ela nasceu em 1992, logo tem 15 anos. Eu toco violão há seis anos, mas nunca fiz uma melodia decente sequer. Ela toca violão há seis anos, mas já é uma promessa do folk rock nacional. Ela é Mallu Magalhães, uma menina que cursa a primeira série do ensino médio, gosta de gente do calibre de Bob Dylan, The Beatles e Johnny Cash e estourou após gravar quatro músicas próprias em estúdio, com o dinheiro do aniversário de 15 anos. Só isso já valia conferir suas composições ensolaradas.

Quem? Mallu Magalhães
Quando? Desde 2007
Onde? São Paulo, Brasil
Como? No seu último aniversário, em 29 de agosto de 2007, a pequena Maria Luisa de Arruda Botelho Pereira de Magalhães pediu dinheiro ao invés de presentes e gravou suas quatro composições, todas em inglês. Desde então, faz shows em casas noturnas conceituadas da capital. Só que tudo antes da meia-noite, claro, afinal ela tem só 15 anos.
Por que? Pela audácia, pela música simples e cativante, e pela inteligência que parece ter.

MySpace - Wikipedia - Reportagem G1

5. Weezer - Perfect Situation

O que esperar de uma banda cujo vocalista cursa literatura inglesa na famosa Universidade de Harvard? Alguma música clássica? Não. O nerd Rivers Cuomo, fundador do Weezer, contraria isso e faz um punk rock clássico: guitarras enérgicas, músicas simples e ritmos cativantes. Alguém até pode acusar o Weezer de parecer um pouco adolescente demais para a idade dos músicos. Sim, mas e daí? Quem nunca teve vontade de prolongar sua fase adolescente? Para isso, o Weezer parece ser uma boa trilha sonora.

Quem? Weezer
Quando? De 1992 a 1997, quando deram um tempo. Voltaram em 2000 e ainda estão na ativa.
Onde? Los Angeles, Estados Unidos.
Como? O quarteto se reuniu pela primeira vez em 1992. Tocaram em pequenos clubes, lançaram o primeiro disco dois anos depois e estouraram com Buddy Holly e Say it Ain't So. As trocas na formação e o lançamento de um álbum bastante criticado (Pinkerton), porém, os fizeram repensar a carreira. Após três anos de pausa, lançaram três albuns. Em 2005, tocaram pela primeira vez no Brasil - detalhe: só em Curitiba.
Por que? O ritmo da banda é o que mais me cativa. Além do som, o fato de ser um bando de nerds tocando guitarra também me chama a atenção.

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6. Matt Costa - Mr. Pitful

Apesar do sobrenome, ele não é nem português e nem brasileiro, mas sim norte-americano (a família tem origem portuguesa). Faz um folk-rock à la Jack Johnson, de quem é amigo, mas não tão violão-voz baixinha. Para começar, vale ouvir a cativante Mr. Pitful. O curioso é que o músico já esteve no Brasil no fim de 2007, quando tocou sem muito alarde em São Paulo, Rio e Florianópolis. Talvez o fato de fazer parte da turnê de outro amigo, Donovan Frankenreiter, tenha ofuscado sua passagem pelo país.

Quem? Matt Costa
Quando? Desde 2003
Onde? Cypress, Estados Unidos.
Como? Tudo começou com uma trágedia. Matt Costa era skatista profissional até 2003, quando sofreu grave acidente e precisou ficar parado por um ano e meio, tempo em que passou a se dedicar à musica. Em 2005, lançou seu primeiro CD e excursionou com Jack Johnson, com quem gravou Lullaby, faixa do CD do filme Curious George. Em 2007, além da turnê pela América do Sul, também gravou uma música exclusiva para uma campanha de proteção aos ursos polares.
Por que? Não há outra resposta para ter gostado dele a não ser por Mr. Pitful. De resto, parece ser mais um cantor californiano normal.

Site oficial - Myspace - Wikipedia

7. Ira! - Mariana foi pro mar

Todo mundo conhece o Ira!, logo a banda paulistana que completou 26 anos de carreira (!) em 2007, ano em que anunciou seu fim, dispensa apresentações. A questão é essa música, Mariana foi pro mar, do último e derradeiro álbum Invisível DJ. Há tempos eu não ouvia uma música com letra tão engenhosa e ritmo coerente. É meio folk, daqueles que você bate o pé para acompanhar o ritmo. Enfim. O fato é que, queira ou não, a voz rouca e forte de Nasi e o talento de Edgard Scandurra na guitarra já fazem falta.

Quem? Ira!
Quando? 1981-2007
Onde? São Paulo, Brasil
Como? Sim, eles eram amigos no começo. Influenciado pela situação política da época, Edgard juntou-se ao amigo Dino e a um sujeito de roupas estranhas que também estudava no mesmo colégio para formar uma banda. Era Nasi, que virou amigo e vocalista do Ira (inspirado no Exército Republicano Irlandês, ainda sem !). Um ano depois, começaram a fazer o sucesso que os manteria na estrada por mais de 20 anos. Em 2007, Nasi brigou com o irmão e empresário e ainda viu o pai pedir sua internação alegando loucura. Agora, seus integrantes seguem em projetos paralelos.
Por que? A voz de Nasi + as guitarras de Edgard Scandurra = melhor rock paulistano já produzido.

Site Oficial - Wikipedia

5 comentários:

Anônimo disse...

...algo me diz que vc tem talento bastante pra escrever mais do que notinhhas esportivas!

Anônimo disse...

...algo me diz que vc tem talento bastante pra escrever mais do que notinhhas esportivas!

Milly disse...

Oh! Vc falando de música. Daqui a pouco tá comentando quebra de eixo em filmes, cuidado. ;)
Gostei do nome da seção! Bem criativozinho haha.
Você gostou tanto do Wombats pq foi recomendação minha eeeeeeeeeeeeeeeeee. hauhaua
Ah. então tá, tô com preguiça de comentar todo mundo, depois discutimos um por um (ou não). Só achei a Mallu clichezona do momento, vai. Faltou criatividade aí! ahahaha ;)
E esse clipe do Matt é demais (vc poderia linkar os clips das músicas que vc destaca, né?)
A parte do Ira! eu pulo, com prazer.
Aguardo algum post pra Regina Spektor.

Beeeeeeijo! :)

Ane Talita disse...

Humm...jornalismo na Cásper..legal!
Tenho um amigo que faz! ele tah no terceiro ano...quem sabe vc conhece! =)
É bom ir conhecendo um pouco mais sobre as pessoas que têm blogs legais...=)( no caso tô falando do seu!)

beijo, beijo!
ahh..adoro essa música do Ira! que vc citou!

Anônimo disse...

Já votei no Ira! na enquete ao lado. Aliás, lamentável esse rompimento da banda, né? Acho que o Nasi "despirocou", como se diz por aí...

Bela idéia a do 7list! Abraço