O que eu vou fazer agora?

"Um muito boa noite e obrigado". É dessa forma que Jô Soares acabou seu programa - e assim o faz todos os dias. São 1h45, as luzes dos prédios ao redor já são raras e na rua - ou pelo menos na visão que se tem - os carros já não passam como antes. Não sei se é melhor ficar acordado para dormir mais durante o dia ou o contrário. O fato é que a rotina está me matando.

Isso porque, salvo um dia ou outro, eu sempre sei o que vai acontecer. Não que normalmente isso não aconteça, afinal não sou alguém que pode dizer ter uma vida atribulada. A diferença é que, em dias normais, eu encontro pessoas que motivam o meu cotidiano em diversos momentos e situações. Agora, porém, não acontece isso. Constatei hoje que estou de férias há 25 dias. E pergunto (a mim mesmo, o leitor não tem nada com isso): o que eu fiz?

Um show do Los Hermanos, uma festa de aniversário animada, uns dias na praia, uma sinuca relaxante. E só. Diante disso, a bela leitora ou o amigável leitor poderia exclamar: "Mas não tá bom?" Digo que não. Isso são cinco dias , no máximo. Nos outros, fiz a mesma coisa. Acordei (tarde, geralmente), vaguei pela casa à procura de nada específico, me preocupei com o almoço - exceto terças e quintas, pensei em ir no cinema, dormi torto no sofá e acordei ainda mais cansado, fui trabalhar. Não necessariamente nessa ordem, é claro.

E a cada novo dia, penso no seguinte e vejo tudo de novo. Vislumbro ao longe uma viagem para terras argentinas, outra para o Paraná e, por fim, Promissão. Só que não adianta, o duro são os outros dias. Várias vezes eu penso na questão básica do ócio nada criativo, a corriqueira "o que eu vou fazer agora?". E nada! Leio outros blogs, penso em idéias para minhas fracas aventuras literárias publicadas aqui, tento organizar mentalmente uma mini-retrospectiva pessoal. E nada! A mesma pergunta me veio minutos atrás, ao ouvir o tchau do Jô. Agora, me diga: desligo o computador e o Foo Fighters e vou dormir ou saio pela casa em busca de nada?

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