Buenos Aires: a cidade que respira futebol

Começo a série de posts sobre a minha visita à capital argentina, Buenos Aires, abordando a paixão pelo futebol. Depois dessa, ainda virão outras micro-reportagens sobre a cidade, cada uma sobre um aspecto que observei. Aproveitem... e amanhã tem mais!

Pense numa cidade aonde as camisas alusivas a clubes de futebol são vestimentas quase oficiais dos cidadãos. Um lugar aonde a rodada é discutida nas esquinas, nos cafés, dentro dos táxis. Poderia ser esta a descrição de qualquer cidade brasileira, mas assim é Buenos Aires, capital da Argentina.

Pode-se dizer que os argentinos são muito mais fanáticos por este esporte do que nós, brasileiros. Ou pelo menos eles demonstram muito mais do que a gente. Em todo lugar, há referências ao futebol local. Nos estabelecimentos comerciais, sempre tem alguma lembrança – ou regalo, no dialeto local – que faça referência ao esporte.

Nos restaurantes, existem tevês sempre ligadas em canais esportivos. Em dia de jogo, a cidade diminui seu ritmo para acompanhar a rodada do Campeonato Argentino, que é dividido em Apertura (julho a dezembro) e Clausura (janeiro a junho). Em dia de jogo da seleção, que não tive como presenciar, creio que a mobilização seja a mesma.

Logo que desembarquei em Buenos Aires, tive contato com a paixão portenha pelo futebol. Enquanto era levado até o centro da cidade, a cerca 30 quilômetros do aeroporto internacional de Ezeizer, troquei “figurinhas” futebolística com o taxista. Torcedor do Boca Juniors, o motorista de aparentes 50 anos perguntava coisas sobre o futebol do Brasil.

Explicou-me que no caminho ficava a sede da AFA (Associação de Futebol da Argentina), local de treino da seleção nacional quando concentrada no país. Perguntou sobre os times brasileiros mais fortes e foi citando logo de cara São Paulo e Santos. Pensei em incluir o Atlético-PR na lista, mas meu portunhol ainda não permitia conversas mais complexas.


Solo uno hincha

Assim, durante toda a viagem pude perceber o encanto dos argentinos pelo futebol. Como no Brasil, há sempre dois meninos batendo uma bola, principalmente nos inúmeros e amplos parques da capital. E como todo admirador do esporte, não pude deixar de ir a um estádio argentino.

Assim sendo, logo na primeira tarde fui conferir La Bombonera, estádio do Boca. O apelido dado faz referência a forma do estádio, que de cima parece com uma caixa de bombons. E realmente o lugar é bem acanhado, fato que deve deixar o adversário esmagadoramente pressionado em dia de jogo.

Vazio, como vi, porém, o estádio não passa de normal. É bonito, mas falta algo. Provavelmente a torcida boquense, que segundo um vendedor com quem conversei em outra situação é composta por metade do país – a outra metade, disse ele, é formada por hinchas de todos os outros clubes, desde o grande River ao modesto Nueva Chicago.

Panorâmica II de La Bombonera Panorâmica II de La Bombonera Panorâmica II de La Bombonera


Dessa forma, pode parecer muita pretensão, mas acho que a Argentina também poderia ser classificada como o país do futebol. Eles têm bons times, bons jogadores e são tão apaixonados pelo esporte quanto a gente. Mesmo assim, ainda acho que Pelé é infinitamente melhor que Maradona. Que me desculpem os argentinos!

Mais fotos de Buenos Aires no Flickr: http://www.flickr.com/photos/juliosimoes

1 comentários:

Lui disse...

Pelas fotos, deu até pra tirar uma casquinha da dançarina de tango, hein?
Que bom!
Beijo!