A vida útil das letras

"O livro é uma extensão da memória e da imaginação." (Jorge Luis Borges)

Tem um livro na minha prateleira que não consegue sair de lá. É novo, capa bacana. O conteúdo, bem, não sei. Nunca consegui ler. De vez em quando eu o pego, mas não adianta. Ele até me acompanha nos cafés solitários, na espera pelo cinema, nos passeios a esmo pela rua. E em todos os casos ele volta da mesma forma: intacto.

O problema não ele, coitado, seu eu. Há coisa nele que me distrai mais do que seu conteúdo. É uma pena desperdiçá-lo assim, eu sei. Alguns diriam para eu não ter pressa, que tenho toda a vida para lê-lo. Confesso que já pensei em esquecê-lo, em levá-lo a um sebo para que tenha vida útil, mas não. Um dia, vou tentar. Só temo não conseguir nunca.

3 comentários:

Anônimo disse...

Livros empacados na prateleira não é privilégio seu, rapaz. Mas um dia a gente dá conta, hehehe!

Juli =) disse...

Julio, é vc???? Gravata, citações de Borges... que medo! rssssssss Nem parece meu colega de sair de casa às oito e meia pra ir à aula das oito horas! rssss

Beijos.
Saudades.

Juli =)

Anônimo disse...

roubando a vida útil das suas letras... "não tenha pressa, vc tem toda a vida para lê-lo."