André e o tempo

André sempre foi bom em criar boas histórias. Fantásticas ou não, sempre teve o dom do "começo, meio e fim".

Quando pequeno, a mãe costumava dizer que elas eram mentiras - a não ser as que envolviam dragões e princesas, que eram óbvias.

Quando moço, as moças costumavam dizer que elas eram falsidade - as que envolvessem amor, talvez fossem mesmo.

Quando adulto, os amigos do trabalho costumavam dizer que eram uma forma de persuasão - ao menos algumas serviam para convercer terceiros.

Um dia, porém, André parou de criar boas histórias. As poucas que criava eram ruins - "uma bosta", definia - e elas ainda o fizeram sentir uma coisa nova.

Barriga? Não, preguiça mesmo. Desde então, é raro quando ele profere uma história. E quando acontece, quase sempre vira bolinha de papel.

2 comentários:

Felipe Held disse...

Tem histórias que merecem mesmo virar uma bolinha de papel.

E, no fundo no fundo, tem vezes em que é até melhor não conseguir escrever uma história ou traduzir algo. A ingenuidade é a melhor das virtudes, diria alguém.

Anônimo disse...

O que interessa mesmo é que o Ira! ganhou a enquete! Que, aliás, não acabava nunca...

Ganhamo, porra!

:)