A saga

Era um final de tarde de uma quinta-feira qualquer. Entendiado, decido ler uns blogs, o que acaba me motivando a criar o meu. Ter um "diário virtual", aliás, não era tão novidade assim para mim. Na época de cursinho, criei o meu primeiro blog, mas seu conteúdo fraco e sua atualização esporádica o fecharam ao final dessa fase, apesar do carinho que ainda tenho pelos fatos registrados lá.

Mas história à parte, voltemos àquele final de tarde de uma quinta-feira qualquer. Na verdade, vivia aquele momento sem saber que seria histórico. Afinal, naquele dia 5 de outubro de 2006 nascia o Tira uma foto! (isso, com interrogação à la Ira!), blog cuja finalidade era tornar útil o celular recém-adquirido (um Siemens C72, que me acompanha até hoje) e sua câmera fotográfica.

O nome, aliás, é um caso à parte. Isso porque praticamente 100 dias depois de sua oficial fundação como Tira uma foto!, decidi trocar do nome. Para explicar sucintamente essa mudança tão significativa, recorro a um post de 15 de janeiro deste ano, data oficial da troca:

Três meses e dez dias do lançamento e mais de mil visitas no contador, decido mudar o nome deste espaço. Explico. O nome Tira uma foto! foi bolado depois de horas a fio frente ao computador e tinha como mote a publicação de fotos tiradas pelo celular. O problema é que com o tempo e com a falta de imagens interessantes para postar, o nome passou a não fazer mais sentido.

Diante disso, decidi mudar. O método? Pelo comunicador instantâneo, contactei um amigo e leitor assíduo - aê Diegones - e pedi um nome. Como nenhum dos dois teve idéia válida, peguei o livro mais próximo (o clássico D. Quixote, de Cervantes) e perguntei uma página a ele - ao Diego, não ao livro. 174. Corri as folhas e procurei a mais interessante palavra. Alforje, Bendito Alforje. Belo nome, o problema foi a grafia. Podiam confundir o J com G ou ainda o L com U ou O. E ainda tinha o lado mercadológico da memorização.

Passei os olhos mais para cima e descobri a frase "senão o de satisfazer o estômago com os restos que do despojo clerical...". Sim, despojo, que já no dicionário descobri ser, entre outras coisas, fragmentos, restos.

Enfim. Os tais três primeiros meses foram praticamente um período de experiência para mim e para o blog. Só depois disso é que chegamos a um formato que considerei ideal, fato este marcado pela mudança de nome e da "linha editorial", digamos assim. Neste período inicial, porém, posso destacar alguns posts que considero importantes na curta história deste espaço.

A começar pelo primeiro post, que trás a melhor foto já tirada pelo C72. Dias depois, o segundo post trás o primeiro texto de ficção publicado no blog, que também nascera com a finalidade de ser a base de todos os meus "textinhos de quinta categoria escritos nas tediosas aulas", como eu mesmo dizia na descrição do blog. O mini-conto, aliás, é o que considero mais perto da perfeição, dentre os já escritos por mim.

Naquele mês de estréia, ainda tivemos um post que virou música - pelo menos o começo, vai... - e um princípio de trilogia que nunca teve fim. Aliás, se é possível classificar meus textos por fases, considero aquela como sendo a "romântica". Neste período, destaco um em que os dois personagens são simplesmente a alegria e a tristeza e outro em que a dupla de personagens é formada por um cara com incrível poder de extrair a essência das mulheres e uma mulher que consegue encantá-lo a ponto de anular esse dom.

No final do ano, ainda na fase antiga do blog, publico o primeiro "balancete" do espaço: os Highlights 2006. Além disso, o Despojo também foi lugar para algumas descrições pseudo-jornalisticas das minhas reportagenzinhas para a GazetaEsportiva.Net. No começo do ano, ainda tive a sorte de acertar na escolha da minha viagem de férias e fui para a Argentina. Mesmo sozinho, a viagem rendeu uma série de posts sobre a capital argentina.

Depois, damos um salto para maio, já que fevereiro, março e abril foram épocas de vacas magras no blog. No dia 8 do quinto mês do ano, então, veio o post de maior sucesso até aqui: a minha entrevista com o gordo Jô Soares, em ocasião do meu aniversário, comemorado um dia antes. O tal post, aliás, é o detentor do recorde de comentários em um só post até aqui: 11. Além do mais, foi nesse mês que dei espaço pela primeira (e única) vez a um convidado. Ainda espero ter outros, no futuro.

O mês de maio foi mesmo especial. Teve texto metido a engraçadinho, teve texto criado num almoço solitário, teve confissões de uma das minhas loucuras. Teve até a tentativa de escrever o texto mais violento já escrito por mim! Enfim. Depois, já em junho, pus em prática uma idéia um tanto quanto antiga: as minhas pequenas teorias cotidianas - até agora, já publiquei as duas que tinha, a do All-Star e do celular, e continuo alerta para buscar novas evidências ignoradas pelos cientistas.

Se julho também foi um mês produtivo, em que publiquei, por exemplo, a minha história mais longa e elaborada até aqui, o mês de agosto foi de crise. Além de nada muito relevante entre os sete posts, ainda brindei o público fiel com a mensagem mais impulsiva que já mandei por aqui. Desde então, foram 37 dias descansando do blog. Nenhum post, nenhum comentário, nenhum sinal de vida. Até agora, em outubro, quando em função das comemorações do primeiro aniversário deste espaço, resolvo sair da toca e escrever.

O aniversário do Despojo, aliás, já é motivo de controvérsias. Na minha cabeça, a data de nascimento era 10 de outubro. Porém, ao começar a pesquisa para este post, descubro que o primeiro registro aqui data de 5 de outubro. Ou seja, errei nos cálculos e, claro, perdi o dia do aniversário, que nem um post (sem querer) teve. Lamentável. Mesmo assim, decido continuar a construção de um texto explicativo - sem dados de audiência, que era a proposta inicial - e ainda atraso em cinco dias a desejada data de publicação.

Tudo bem. O pequeno Despojo só faz um ano e, tenho certeza, terá mais alguns carnavais pela frente. Então, com um sorisso meio amarelo por conta das falhas, desejo a ele um... feliz aniversário! E um próspero ano novo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Desejo de um leitor dos primórdios: longa vida a ao "Despojo", cara! Abraço

Camila Dayan disse...

Parabéns Julio! eu agora já sou uma 'despojada' de carteirinha.
Beijo

Thá disse...

Adorei o balanço do Despojo!

E a entrevista que você deu para o Jô foi mesmo sensacional!

Beijos